Fazenda Mano Julio: conheça o case de sucesso da fazenda que transforma dejetos do agronegócio em energia elétrica limpa

20/01/2023

Com as metas acordadas na COP 26, o Brasil se comprometeu com a redução de 30% do metano. Veja como a Fazenda Mano Júlio está lidando com passivo ambiental.

Indo de encontro ao compromisso firmado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26), de reduzir a emissão de metano, o Brasil vem ampliando os investimentos em fontes renováveis, como o biogás.

O metano é a segunda fonte mais importante de aquecimento global, atrás apenas do CO2. Isso baseado em evidências científicas que mostram que o CO2 é responsável por cerca de 70% do aumento global. Já o CH4 se destaca pelo elevado potencial de retenção de calor se comparado ao CO2, sobretudo ao longo dos primeiros anos após sua liberação na atmosfera. E, de acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sugere que entre 30% e 50% do aumento das temperaturas se deve a esse gás poderoso, mas de vida curta. Assim, um dos focos discutidos na COP 26 foi o compromisso global do metano, para diminuir a emissão desse gás.

Uma das principais fontes de emissão de metano está na agropecuária e, para reduzir essas emissões, mudanças técnicas relacionadas ao correto manejo de dejetos devem ser realizadas.

A Fazenda Mano Júlio, no Mato Grosso, é um desses exemplos. Com a criação de suínos, a fazenda começou a transformar dejetos do agronegócio em energia elétrica limpa. Confira.

A Fazenda Mano Júlio e o projeto de biogás

A Fazenda Mano Julio localizada no Mato Grosso possui 43 mil hectares e uma produção de mais de 500 mil suínos por ano. Um dos grandes entraves da produção de suínos são os dejetos animais, que se tornam passivos ambientais.

Como alternativa, em parceria com a Eva Energia, biodigestores foram instalados na propriedade para gerar biogás. Assim, desde 2019, os dejetos da produção são tratados e transformados em biogás e depois convertidos em energia elétrica.

A outra parte do processo também gera os biofertilizantes que são usados em plantações e lavouras da fazenda. Assim, além de transformar um passivo em um ativo, a fazenda investe em sustentabilidade com o uso de energia renovável.

Atualmente, a Mano Julio evita a liberação de mais de 3.600 toneladas por ano de metano, gás 25 vezes mais poluente do que o CO2. Além disso, também há a economia de 10% na conta de luz.

Hoje, a Mano Julio está no caminho da autossustentabilidade energética, reduzindo custos, contribuindo para a economia circular e fortalecendo ainda mais a imagem do agronegócio no Brasil e no mundo.

Contribuição do agronegócio para as metas da COP26

Visando um agronegócio sustentável, há um movimento no setor para iniciativas como a feita na Fazenda Mano Júlio. Ao reaproveitar os resíduos para gerar energia 100% renovável, o agronegócio consegue ajudar no atingimento das metas de redução de 30% de emissão de metano até 2030 e consolidar sua posição na vanguarda tecnológica mundial.

Durante a COP 26, três pontos foram discutidos no que tange o setor do agro: a emissão dos gases, a preservação florestal e a tecnologia no campo. Além de iniciativas próprias, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem apresentado e fomentado soluções para diminuir as emissões de metano no setor do agronegócio.

O Brasil já é destaque internacional, por possuir uma matriz energética bastante limpa e renovável, além da sua diversidade energética, facilitada pelo clima e local do país. Indo além do consumo próprio em fazendas, a energia proveniente do biogás também pode ser comercializada para outros consumidores, oferecendo um custo mais baixo do que outros modelos tradicionais.

Portanto, o projeto desenvolvido na fazenda Mano Júlio é um excelente exemplo que mostra como é possível tratar corretamente os resíduos, evitando impactos negativos no meio ambiente e gerando energia elétrica renovável de baixo custo.

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